GTSA 2015
O dia começou cedo.
Triste, com nevoeiro e alguns aguaceiros.
Cheguei a Dem por volta das 07h com umas condições
climatéricas não muito boas, mas mesmo assim consegui ver o primeiro empeno que
me esperava: a Pedra
Alçada.
Encontrei amigos e conhecidos de outras provas: o Nuno Silva, a Sandra
Finisterra, o Paulo Moreira, o Paulo Pelicano e tantos outros.
Falei nestes porque me acompanharam nos dias em que estive
nos Açores a fazer o Azores Trail Run e esses vão ser sempre amigos para a vida.
Começar a prova ao som das 8 badaladas é uma das imagens de
marca deste evento. E as 8h em ponto lá partimos todos, serra acima.
A volta à freguesia de Dem é o início de uma prova que se revelou muito dura à medida
que se aproximava do fim.
Chegados a meio da Pedra Alçada, o nevoeiro ficou lá em
baixo e o sol apareceu, sendo que fomos brindados com uma paisagem para cima de
espetacular.
Comecei a prova bem, num bom ritmo fazendo a Sra do Minho
quase sempre a trotar e chegando a São João da Montaria (33Km) com 4 h de
prova. Mas o calor que se começou a fazer sentir, juntamente com o cansaço
provocado pelo ritmo que impus, levou-me a ter de baixar o andamento e apreciar
uma das partes mais bonitas do trajeto.
Correr ao lado do Rio Ancora, das suas cascatas e piscinas
naturais, é um privilégio. Paisagens de cortar a respiração, lagoas onde só nos
vem à cabeça uma coisa: mergulhar!
As cores, os sons, ali a natureza está num equilíbrio
perfeito. São cenários como este que me fazem gostar cada vez mais de correr ma
montanha. Mas, se tem tanto de belo, também tem de duro e o “homem da marreta”
apareceu-me mais ou menos nessa zona.
Os últimos kms de prova foram muito duros, custaram-me
muito.
Foi aí
que tive de cerrar os dentes e pensar: “é para isto que aqui estas, é disto que
tu gostas.”
Por isso eu adoro a Serra D´Arga. É bela e dura.
A subida final que me levou novamente a Pedra Alçada foi uma
luta enorme, mas quando pensava que as dificuldades iam acabar no final da
subida percebi que ainda tinha que descer até Dem.
E descer custa sempre mais que subir (pelo menos a mim), mas
lá encontrei um parceiro para me acompanhar até ao final.
Cortei a meta com 6h57m.
Exausto mas feliz. Como mandam as leis do trail run.
Obrigado Mauro e Bárbara pelo abraço no final. É bom
encontrar amigos no final :)
“O trail, por vezes, não nos leva a nenhures senão a um
lugar que nos faça parar e apreciar o nosso mundo”
Anne Frost